Como lidar com o medo de barulhos altos em cães e gatos

Cães e gatos possuem uma audição extremamente sensível. Sons altos, como trovões, fogos de artifício, aspiradores de pó ou até objetos caindo no chão, podem causar grande desconforto e medo. Em muitos casos, esses barulhos desencadeiam comportamentos de pânico, fuga ou agressividade — especialmente se o animal tiver experiências negativas anteriores com ruídos.

Neste artigo, você vai entender as causas desse medo, como identificar os sinais e, principalmente, como ajudar seu pet a enfrentar essas situações com mais segurança e tranquilidade.

Por que os pets têm medo de barulhos altos?

  • Audição sensível: cães e gatos escutam frequências muito mais altas do que os humanos.
  • Instinto de sobrevivência: barulhos repentinos são interpretados como ameaças.
  • Experiências traumáticas anteriores: ruídos acompanhados de dor ou susto geram associações negativas.
  • Falta de socialização ou exposição gradual a sons na infância (filhotes) pode tornar o animal mais sensível.

Sinais de medo em cães e gatos

Cães:

  • Ofegar excessivo
  • Tremores
  • Tentativas de se esconder ou fugir
  • Latidos, choros ou uivos
  • Salivação intensa
  • Destruição de objetos
  • Agressividade

Gatos:

  • Esconder-se em locais escuros
  • Pupilas dilatadas
  • Orelhas para trás
  • Vocalizações intensas
  • Lambedura compulsiva
  • Paralisia temporária
  • Fuga súbita

Estratégias para ajudar seu pet

1. Crie um refúgio seguro

Prepare um espaço onde o pet possa se esconder quando estiver assustado:

  • Um cômodo tranquilo, com luz baixa
  • Música ambiente ou TV em volume moderado para abafar o som externo
  • Caminha confortável com objetos que tenham o cheiro do tutor
  • Gatos se sentem mais seguros em tocas ou locais elevados

2. Use feromônios sintéticos calmantes

Produtos como Adaptil (para cães) e Feliway (para gatos) reproduzem feromônios naturais que transmitem sensação de segurança.

  • Podem ser usados em difusores de tomada ou sprays no ambiente
  • Ideais para situações como fogos de artifício, tempestades ou mudanças

3. Evite reforçar o medo

Ao ver o pet com medo, muitos tutores tentam consolar excessivamente. Isso pode reforçar o comportamento de pânico.

  • Mantenha a calma
  • Fale com voz tranquila
  • Dê carinho apenas quando o pet buscar espontaneamente
  • Recompense atitudes calmas e confiantes com petiscos ou brinquedos

4. Proporcione distrações positivas

  • Ofereça brinquedos recheáveis (Kong, petiscos escondidos)
  • Use comandos básicos (senta, dá a pata) para redirecionar a atenção
  • Sessões de brincadeiras leves ajudam a aliviar o estresse

5. Evite exposição direta ao som

Feche janelas, cortinas e portas para abafar o som externo. Se possível, afaste o pet da fonte de ruído.

  • Evite deixá-lo sozinho em momentos de barulho intenso
  • Para gatos, não tente forçar o contato — apenas garanta o esconderijo acessível

Técnicas de dessensibilização

Com tempo e paciência, é possível ensinar o pet a reagir melhor aos barulhos.

Como fazer:

  1. Encontre gravações dos sons que causam medo (ex: fogos, trovões)
  2. Reproduza em volume muito baixo enquanto interage positivamente com o pet
  3. Aumente o volume aos poucos, em sessões curtas e com reforço positivo
  4. Nunca avance se o pet mostrar sinais de estresse — a evolução deve ser gradual

Essa técnica funciona melhor quando feita fora da situação real de medo.

Quando procurar ajuda profissional?

Se o medo é intenso, recorrente ou está afetando a saúde do animal, é indicado buscar:

  • Veterinário comportamentalista
  • Adestrador com foco em reforço positivo
  • Em casos graves, o veterinário pode prescrever medicação ansiolítica para uso pontual

Cuidados em datas especiais (fogos de artifício, Ano Novo, festas)

  • Prepare o refúgio com antecedência
  • Use feromônios sintéticos com 1–2 dias de antecedência
  • Coloque som ambiente para disfarçar o barulho externo
  • Mantenha janelas e portas fechadas
  • Certifique-se de que portões e telas estão bem trancados (fuga é comum nesses dias)
  • Não deixe o pet sozinho

Gatos e o medo: uma abordagem mais sutil

Gatos lidam com o medo de forma mais silenciosa, mas não menos intensa. Evite tentar pegá-lo no colo ou forçá-lo a sair do esconderijo. Ofereça esconderijos seguros e deixe que ele se recomponha no próprio ritmo.

Rotina e segurança ajudam a reduzir o medo

Pets com uma rotina bem estabelecida, socializados e estimulados mentalmente são mais confiantes e reagem melhor a situações adversas. Investir no bem-estar do seu cão ou gato diariamente faz toda a diferença em momentos de crise.

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